Editorial: Unifesp em momento decisivo

Sem dúvida, a Universidade Federal de São Paulo vive um momento privilegiado para superar a profunda crise que abateu a instituição nos últimos anos. Denúncias de irregularidades administrativas, confusão entre público e privado, expansão sem a devida qualidade e falta de democracia interna são apenas os problemas mais evidentes.

A Audiência Pública realizada em abril com membros do Ministério Público (MP), Tribunal de Contas da União (TCU), Corregedoria Geral da União (CGU) e Ministério da Educação (MEC), além de discutir com a comunidade os graves problemas da Unifesp, apontou muitas importantes soluções.

Por outro lado, a Reforma do Estatuto, que deve ser concluída ainda este ano, pode corrigir boa parte das distorções da Unifesp. Garantir qualidade educacional no processo de expansão, democratizar a estrutura de poder, com paridade nos órgãos colegiados, e viabilizar mecanismos de controle, para que exista o máximo de transparência na administração da universidade, são mudanças que precisam ser conquistadas com a reforma.

Não podemos desperdiçar este momento decisivo na história da Unifesp. Apenas com grande envolvimento de docentes, trabalhadores e estudantes conseguiremos implementar essas importantes mudanças e, definitivamente, tirar a Unifesp de sua profunda crise. A participação da comunidade é fundamental para o futuro de tais debates.