Uma das questões mais críticas para a comunidade, particularmente para os estudantes, é a atual estrutura de alimentação na Unifesp. Todos os cinco Campi apresentam algum tipo de dificuldade para quem precisa diariamente de refeição oferecida pela Instituição. Até em São Paulo, local mais estruturado e com um bandejão tradicional, a situação está piorando. Houve aumento de preços e corte no subsídio para os pós-graduandos, que agora terão que pagar 6,50 para almoçar.
A gravíssima falta de um restaurante universitário no Campus da Baixada Santista já virou até motivo de chacota na comunidade. Ao lado de uma pintura em que se lê “Refeitório” há umas poucas mesas de plástico e dois fornos de microondas, um improvisado pela administração e outro comprado através de uma “vaquinha” do Centro Acadêmico. Após protestos, a Reitoria disponibilizou um cartão alimentação de 50 reais por mês, valor baixíssimo para os preços do bairro da Ponta da Praia, em Santos. “Presenciamos com freqüência colegas falando que não têm como almoçar, pedindo dinheiro emprestado”, afirma um estudante.
Em São José dos Campos, só com a inauguração do novo prédio, em agosto, há a perspectiva de um restaurante, que ainda não está pronto. Para comer uma refeição, e não apenas lanche, os estudantes devem sair da universidade e pagar muito mais caro. O acesso ao cartão alimentação de 50 reais alivia apenas em parte a falta de bandejão. Além do valor insuficiente, o mesmo não é aceito em vários estabelecimentos da cidade.
Já os estudantes de Guarulhos reclamam que o funcionamento do bandejão apenas até às 19:30 dificulta a vida de quem é mais vulnerável economicamente. Além disso, consideram alto o valor de 2,49, quando comparado ao de outras universidades federais. “Seria preciso um subsídio maior”, afirma um discente. Eles também criticam a precariedade do restaurante, que seria feito de tapume com um telhado provisório. Até uma parte teria cedido durante um dia de chuva e vento forte durante as férias de fim de ano.
Dos atuais três prédios do Campus de Diadema, apenas dois têm bandejão. No caso do Prédio da Florestan Fernandes, o restaurante foi subitamente fechado durante vários dias em maio devido a problemas de pragas. Após o episódio, o local foi dedetizado e já foi reaberto. Uma comissão de estudantes vem acompanhando a situação, levando várias reivindicações à administração. Eles debatem desde a falta de variedade dos pratos e a repetição freqüente de comidas menos saudáveis, como salsichas e hambúrgueres, até ações concretas de fiscalização. “A partir de julho será deixado visível um cartaz com as datas e seus respectivos pratos, e o prato principal e a guarnição deverão ser seguidos à risca. Além disso, as visitas à cozinha são abertas, conforme determina a lei”, relata uma aluna da comissão.