No mês de março, recebemos através do site da Adunifesp a mensagem de uma caloura do curso de pedagogia da Instituição, pedindo ajuda. A estudante mora em Jundiaí e precisava se deslocar até Guarulhos todos os dias para ir às aulas. Questionava o fato de a universidade diferentemente das demais federais não ter alojamento, criticava a burocracia para conseguir auxílio estudantil e a dificuldade ainda maior de acesso aos benefícios pelos ingressantes. Aflita, já falava em deixar a Unifesp nos primeiros dias de aula.
Encaminhamos a mensagem à Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis, que nos respondeu afirmando que havia criado um auxílio emergencial, com o intuito de atender casos mais críticos. Alguns dias depois, infelizmente recebemos outra mensagem da discente, agora ex-aluna da Unifesp, agradecendo a atenção e afirmando que acabou optando por outra instituição mais próxima de casa e que lhe oferecera uma bolsa integral. O auxílio da Pró-Reitoria fora insuficiente para que a nossa Instituição não perdesse a estudante. Particularmente, a falta de moradia estudantil mais uma vez mostrou-se desastrosa. Um fórum sobre o tema foi realizado no final de abril, mas a falta de ações concretas até o momento faz a iniciativa parecer apenas um arcabouço de democracia representativa.
É inaceitável que tantos anos após o início da expansão casos como este ainda estejam acontecendo. Quantos outros estudantes não deixaram a Instituição por motivos parecidos? Quem irá se responsabilizar pelo enorme prejuízo à sociedade e aos cofres públicos causado por vagas ociosas nas universidades públicas? Até quando conviveremos com condições de infraestrutura e permanência tão precárias? As importantes mobilizações do final de 2010 explicitaram que a Comunidade Unifesp exige ações imediatas. É necessário cobrar a concretização de todas as demandas negociadas com a Reitoria, para que tal situação não continue. Particularmente, é fundamental que a permanência estudantil de uma vez por todas torne-se uma prioridade da Instituição.