Prof. Carlini sempre presente!

Referência docente da Unifesp, pesquisador emérito pela CNPq com renome internacional, vice-presidente da Adunifesp em 1992, companheiro de muitas frentes de luta da categoria falece nesta quarta-feira dia 15 de setembro de 2020.

Elisaldo Luiz de Araujo Carlini, ou apenas prof. Carlini como é conhecido na comunidade da Unifesp, iniciou seus estudos e carreira na Escola Paulista de Medicina (Unifesp) onde se graduou em 1957 e já em 1962 terminou seu mestrado em Psicofarmacologia pela Yale University. Atuou como pesquisador, docente e cidadão publicamente ativo e socialmente responsável por muitos renomados institutos e espaços não só em nosso país mas por todo o mundo – Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo; Biology Academic Press, Estados Unidos ; Aggressive Behavior, Estados Unidos ; World Health Organization, Suiça ; Sociedade Brasileira de Vigilância de Medicamentos; Secretaria Nacional de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde; Phytotherapy Research, Inglaterra; Arquivos Brasileiros de Fitomedicina Científica; Journal Of Ethnopharmacology, Grã-Bretanha; Secretaria Nacional Antidrogas; Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo; Centro Brasileiro de Informações Sobre Drogas Psicotrópicas; International Center for Alcohol Policies, Estados Unidos. –, e na Universidade Federal de São Paulo foi docente, pesquisador desde a década de 1970 e seguiu orientando pesquisa no Departamento de Medicina Preventiva até o momento de seu falecimento.

Reconhecido por sua pesquisa na área de Psicofarmacologia foi membro do Expert Advisory Panel on Drug Dependence and Alcohol Problems, do World Health Organization (WHO), do International Narcotic Control Board (INCB), eleito pelo Conselho Econômico Social das Nações Unidas, parecerista doPhytotherapy Research e Journal of Ethnopharmacologye coordenador da Câmara de Assessoramento Técnico Científico da Secretaria Nacional Antidrogas (Senad).

Com uma trajetória acadêmica impecável ainda atuou de maneira ativa como figura pública em defesa da ciência, “Ainda luto para que a universidade brasileira e a ciência sejam mais voltadas para a nossa população e feitas com recursos do nosso país, da nossa cultura”, ressalta. “A ciência é factível de ser idealizada com a criatividade brasileira para melhorar o país. Aprendemos coisas novas a todo momento e em todo lugar, e temos muito potencial”, suas próprias palavras em 2018 em ato público organizado pelas entidades da Unifesp para apoiá-lo quando teve sua pesquisa sobre entorpecentes criminalizada, num movimento nacional de ataque à ciência e às universidades públicas, espaços em que prof. Carlini era representante máximo.

Esse foi o professor Carlini, cuja postura ético-político-acadêmica na Universidade sempre esteve pautada em uma ação cidadã, de luta pela democracia, pela liberdade de pensamento e pela justiça e solidariedade social.

Sentiremos muito sua falta!