Movimento Docente comemora os 29 anos do Andes-SN

No dia 19 de fevereiro de 1981, docentes de todo país, reunidos em Assembléia Geral, realizada em Campinas (SP), fundaram a Associação Nacional dos Docentes do Ensino Superior – Andes que, sete anos depois, com a promulgação da nova Constituição Federal, passou a constituir o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior – Andes-SN.

Nesses 29 anos de luta intensa em defesa da universidade pública brasileira e da melhoria nas condições de vida dos trabalhadores em geral, o Andes-SN conquistou um espaço de legitimidade jurídica e, principalmente, política, em defesa dos 72 mil docentes que representa oficialmente, provenientes das suas 112 Seções Sindicais, distribuídas por todos os estados do país.

O Sindicato Nacional se consolidou também como referência em questões que abrangem muito mais do que àquelas ligadas à educação, à ciência e tecnologia, ao sindicalismo e à própria organização dos professores. Atualmente, o Andes-SN conta com 11 grupos de trabalho que subsidiam a diretoria na discussão de temas como terra, comunicação, classe, etnia e gênero.

O Andes-SN rompeu com a estrutura sindical autoritária implantada no Brasil na década de 30 e se consolidou pela organização de base nos locais de trabalho. É uma entidade autônoma em relação a partidos políticos. Sua estrutura é formada pela Diretoria, Diretorias Regionais e Seções Sindicais, que possuem autonomia financeira, política, patrimonial e administrativa, com regimentos gerais e diretorias próprias. Todas as decisões são deliberadas pela base, que elege democraticamente todos os dirigentes. O sindicato é mantido pela contribuição voluntária de seus sindicalizados, sem taxa sindical compulsória.

Retrospectiva

Apesar da pressão da Ditadura Militar que ainda imperava no país, a Andes buscou, desde sua criação, manter o trabalho acadêmico voltado para a realidade social, a partir da luta conjunta com outros movimentos sociais e de trabalhadores, do Brasil e do mundo. A associação docente participou intensamente dos movimentos pela anistia aos presos políticos, pelas Diretas Já e, também das discussões que resultaram na proposta da nova Constituição Federal de 1988, que previa, inclusive, a sindicalização de servidores públicos, e proporcionou que a entidade se transformasse em sindicato.

Também participou, com outras entidades, da criação do Fórum Nacional em Defesa da Escola Pública, que desenvolveu proposições para a Constituinte de 1986-88, apresentou propostas para a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) e, posteriormente, elaborou o Plano Nacional de Educação da Sociedade Brasileira (PNE).

Com uma postura crítica e independente, o Andes-SN introduziu no cotidiano docente um pensar articulado da realidade social. Suas propostas para a universidade brasileira, concentradas no chamado Caderno 2, foram construídas a partir dos problemas históricos vivenciados pela maioria dos trabalhadores e enfrentados pelos movimentos sociais que reivindicam emprego, transporte, moradia, terra, educação, saúde e igualdade.

Como a maioria das entidades sindicais combativas e ligadas aos trabalhadores, o Andes-SN se filiou à Central Única dos Trabalhadores – CUT. Reviu esta posição mais tarde, em 2005, após constatar que a Central estava muito mais vinculada ao Governo Lula do que aos ideais classistas e de autonomia que pautaram sua fundação.

Em 2007, apostando na retomada do processo de reorganização da classe trabalhadora de forma autônoma e independente, o Andes-SN se filiou à Coordenação Nacional de Lutas – Conlutas, posição deliberada pelo 26º Congresso do Sindicato Nacional, realizado em Campina Grande-PB, em 2007.

Fonte: Andes-SN