Estaduais paulistas reafirmam greve e intensificação do movimento em agosto

O Fórum das Seis, que congrega as entidades sindicais e estudantis da Unesp, Unicamp, USP e Centro Paula Souza (Ceeteps), em reunião com o Conselho de Reitores das Universidades Estaduais de São Paulo (Cruesp), na última segunda-feira (21), reafirmou a continuidade de uma das maiores greves protagonizadas pelas universidades estaduais paulistas, nos últimos anos, e prometeu também fortalecer a greve no mês de agosto. A paralisação teve início no dia 27 de maio, em resposta ao arrocho salarial imposto aos docentes e técnicos das universidades e à posição intransigente do Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas (Cruesp) de encerrar a negociação da data-base das categorias.

As três estaduais paulistas mantiveram o indicativo de que as pautas específicas das categorias sejam abordadas somente após a conclusão das discussões salariais e aprovaram a realização de uma rodada de assembleias, até dia 29 de julho, com objetivo de avaliar a possibilidade de realização de um ato estadual unificado no dia 14 de agosto em frente ao Palácio dos Bandeirantes. A mobilização tem como proposta central as reivindicações da Pauta Unificada e também a defesa de uma solução efetiva para a grave situação ambiental da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH), na USP.

O Fórum das Seis também aprovou um pedido de audiência com o governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckimin, protocolado na Casa Civil no dia 23, solicitando “tratar de políticas para o financiamento adequado” das universidades estaduais paulistas “diante da expansão ocorrida a partir de 1995 e da relevância social das atividades de ensino, pesquisa e extensão que todas elas realizam”, de acordo com o site da Associação dos Docentes da Universidade de São Paulo (Adusp – Seção Sindical).

As Associações dos Docentes da Unicamp (Adunicamp Seção Sindical) e da Unesp (Adunesp Seção Sindical) já realizaram assembleias de avaliação do movimento paredista. Na Unicamp, os docentes aprovaram por unanimidade a manutenção da greve e o reforço do movimento pela não entrega das notas do primeiro semestre. Segundo informativo da Adunesp “a atual greve é a maior realizada entre os docentes da Unesp nos últimos anos, sendo um divisor de águas na Universidade, pois evidencia claramente a disputa de projetos. A defesa do poder aquisitivo dos salários e de condições dignas de trabalho é parte da defesa de uma universidade pública, gratuita, laica, de qualidade e socialmente referenciada nos interesses da maioria da sociedade”. A Adusp realizará assembleia geral na próxima segunda-feira (28) para debater a continuidade do movimento, procurando apontar propostas de luta e de mobilização para o início do 2º semestre de 2014.

Outros pontos também foram encaminhados na reunião do Fórum das Seis:

– As diretorias devem discutir a proposta feita pela Comissão de Mobilização dos Docentes da USP, de criação de uma ampla frente política em defesa da universidade pública, gratuita e de qualidade, incluindo parlamentares, organizações sindicais, em especial as da área da educação, entidades científicas, movimentos sociais, personalidades e mídia alternativas;

– Repúdio a qualquer ameaça de corte de ponto;

– Repúdio à decisão do Tribunal de Justiça de negar o pedido de habeas corpus a Fábio Hideki, funcionário e estudante da USP, preso por participar de manifestação pública em São Paulo, no início da Copa do Mundo.

* Com informações do Fórum das Seis e das Seções Sindicais

Fonte: ANDES-SN