Editorial: Violência e Segurança na Unifesp

Nos últimos anos, a violência tornou-se um problema cada vez mais grave na Unifesp. Acontecimentos internos e externos têm assustado a comunidade universitária e causado muitos prejuízos para a instituição. Particularmente o Campus da Vila Clementino vem sofrendo com roubos e furtos, além de casos de agressões entre estudantes e atos de vandalismo.

A Reitoria e uma Comissão de Segurança elaboraram uma série de medidas na tentativa de resolver alguns dos problemas mais graves. Há um plano de implantação de câmeras, restrição da circulação de pessoas sem crachá, ampliação do número de guardas e a possibilidade – ainda em discussão – da federalização das calçadas da região do Campus de São Paulo. Até a instalação de catracas está sendo cogitada, medida criticada por boa parte da comunidade.

Mesmo com tais iniciativas, o assunto tem gerado polêmica. Em primeiro lugar, pelo fato de a universidade não ser uma “ilha” e ter o dever de dialogar permanentemente com a população. Só criando um sentimento de pertencimento na comunidade interna e externa à universidade, resolveremos de forma satisfatória os problemas de violência e falta de segurança. Não é se fechando e se distanciando da sociedade que a Unifesp será um exemplo de universidade pública.

É fundamental também acabar com certo sentimento de impunidade reinante na universidade, o que tem feito com que casos inaceitáveis de agressão e vandalismo continuem acontecendo ano após ano. Tais fatos sequer foram mencionados pela Comissão de Segurança. A invasão e depredação dos Centros Acadêmicos de Medicina e Biomedicina e do Diretório Central dos Estudantes, neste sentido, precisa de solução e punição exemplar, única forma de evitar que episódios similares voltem a acontecer.