Assembleia Geral da Adunifesp: intensificar a mobilização e calendário de lutas

Docentes debateram campanha salarial, condições de trabalho e luta por verbas à Universidade

Neste 02/04, quase 450 docentes (associados e não-associados) participaram da Assembleia Geral (AG) da Adunifesp e decidiram, por seguir na “intensificação da luta” para pressionar (Legislativo e Executivo) por verbas no Orçamento deste ano (LOA/2024) que garantam tanto a reposição de perdas inflacionárias nos salários, quanto a recuperação das Universidades e, portanto, das condições de trabalho do magistério superior federal. Após um debate rico e acirrado (e com pequena diferença na votação), uma maioria dentre os presentes considerou melhor suspender o indicativo de greve aprovado na AG anterior (do dia 13/03).

Pela primeira vez, esta AG foi organizada em caráter multi-campi e híbrido. A partir de uma preocupação levantada na última AG, de que a participação presencial torna-se mais importante em períodos de mobilização, a diretoria da Adunifesp montou salas com transmissão simultânea interligadas em todos os campi (exceto, por ora, Zona Leste) para garantir a participação do maior número de colegas.

Participaram 101 docentes presencialmente (nas 6 salas em cada campus), além de outros cerca de 345 online. Embora 50% dos colegas conectados online tenha permanecido em menos da metade da AG, o elevado número total de pessoas presentes mostra um robusto e crescente interesse da docência Unifesp em participar dos debates a respeito da luta salarial.

A AG iniciou-se assim com informes das Assembleias locais dos vários campi ocorridas nas duas últimas semanas, onde propostas de mobilização e de reivindicações pontuais foram levantadas e incorporadas ao final. Na sequência, dezesseis docentes tomaram a palavra debatendo sobre os rumos da luta pela recuperação dos salários e da universidade. Vários se posicionavam sobre o que consideravam mais correto frente a sugestão apresentada pelo Setor das ADs do Andes de indicativo de greve para 15/04.

Havia consenso em todas as falas de que era sim necessário intensificar a mobilização. A divergência concentrava-se na apreciação sobre a greve ser ou não um possível instrumento a ser indicado ao movimento. Propôs-se então uma primeira votação: manter ou não a decisão da última AG de “intensificação da mobilização, inclusive com um indicativo de greve” (sem data definida). Caso fosse decidido manter tal decisão, uma segunda votação teria de ocorrer (se se aceitaria a sugestão do dia 15/04, se se optaria por outra data mais adiante, ou se se manteria por ora sem data definida). A primeira votação – que contou tanto os votos presenciais em cada campus, quanto os votos dos docentes que participavam online – garantiu 139 votos a favor da manutenção (de algum indicativo de greve) e 146 votos contra a greve (veja tabela abaixo).

Ao final, mas muito importante, a AG aprovou consensualmente (apenas com algumas abstenções) um conjunto de iniciativas de mobilização:

  • realizar assembleias locais em todos os campi nesta e na próxima semana (data a ser definida por colegas do próprio campus);
  • realizar nova AG a ocorrer entre 11 e 15/04 (após a nova reunião do Setor Ifes-Andes);
  • construir comandos de mobilização em todos os campi – cujos representantes participarão de um comando de mobilização geral da Unifesp a ser formado na próxima AG;
  • manter e intensificar calendário Fonasefe: 03/04 dia de lutas com atos nos campi junto com TAEs e alunos; 17/04 caravana a Brasília para intensificar a pressão por verbas (a salários e às Universidades) perspectiva de ônibus com docentes, alunos e Taes;
  • retomar petição a deputados e senadores por suplementação de verbas na LOA ao Reajuste SPFs; e redigir uma carta a Lula;
  • Outras ações: organizar em todos os campi um levantamento das condições de trabalho e de infra-estrutura (precariedade em laboratórios, salas de aulas, condições de pesquisa etc), incluindo fotos, dossiês etc. Sugerir ao Andes a inclusão na pauta específica (Mesa Setorial do Magistério Federal) a possível inclusão da bandeira de redução de tributos a docentes;
  • um boletim especial aberto a todas(os) docentes para se debater os rumos da luta da campanha salarial será impulsionado (colegas interessados poderão escrever pequenos artigos sobre temas como a possibilidade ou não de se utilizar de greve como instrumento de luta da categoria docente, que tipo de greve, quais outras possibilidades de mobilização; como garantir assembleias com maior participação: online, presencial, ou híbrido etc).

A despeito de divergências pontuais e de algumas dificuldades técnicas e logísticas, a AG terminou seus trabalhos com um compromisso coletivo de redobrar os esforços de unidade do movimento docente Unifesp para nesta campanha salarial e na defesa da Universidade e dos Serviços Públicos brasileiros.

Adunifesp-SSind