Docentes reunidos em Assembleia Geral aderem ao calendário nacional e definem linhas contra o pacote de ataques do governo Bolsonaro a educação, ciência e serviços públicos
No dia 11 de fevereiro de 2020, no campus São Paulo a Assembleia Geral (AG) dos Docentes da Unifesp decidiu entrar em estado de mobilização permanente: aderimos assim ao calendário de mobilização das Universidades Federais, conforme indicação do 39º Congresso do ANDES-SN, unificando com demais setores (Educação, Saúde e funcionalismo nas três esferas – inclusive estaduais e municipais). Como parte deste calendário, decide-se assim aderir ao Dia Nacional de Paralisação em defesa da Educação em 18/03; organizar assembleias locais nos campi Unifesp que avaliarão instrumentos viáveis de luta, incluindo a possibilidade de adesão a uma greve nacional das Universidades e demais setores.
Com todos os ataques do governo Bolsonaro já perdemos verbas de pesquisa, bolsas para estudantes, cerca de 40% das verbas totais para funcionamento da nossa universidade; confisco de 3% de nossos vencimentos por conta do aumento da alíquota previdenciária; aumento do tempo de contribuição e da idade mínima para aposentadoria; suspensão de concursos e nomeações; perdas salariais decorrentes da falta de reajustes em ambiente inflacionário e recusa do governo em negociar.
A AG formou comitês locais de mobilização que organizarão as atividades. Foram definidas assim datas para assembleias nos campi:
Osasco: 03/03 (3a feira);
São Paulo: 03/03 (3a feira);
Baixada Santista: 05/03 (5a feira);
Diadema: 09/03 (2a feira);
Guarulhos: 10/03 (3a feira);
Zona Leste: 10/03 (3a feira);
São José dos Campos: 11/03 (4a feira).
Decidiu-se também por realizar uma nova Assembleia Geral da Adunifesp no, dia 12/03, que – a partir do balanço das decisões das Assembleias locais – realizará um encaminhamento unificado (que, por sua vez, será enviado à reunião nacional do setor das instituições federais de ensino – a realizar-se em Brasília nos dias 14 e 15/03)
Discutiram-se também alguns pontos de pauta de reivindicações para o movimento a serem debatidos, incorporados e aperfeiçoados, nas assembleias locais e deliberados pela próxima AG:
- Contra corte de 25% dos nossos salários e o fim da estabilidade permitindo a demissão de professores federais propostos na reforma administrativa (pacote Guedes) que será tramitada de forma acelerada em regime de urgência no Congresso Nacional;
- Reestabelecimento das verbas públicas para: pesquisa, bolsas, pós-graduação, funcionamento e consolidação das universidades, saúde pública, fortalecimento do SUS e hospitais universitários;
- Respeito à garantia constitucional relativa a: liberdade de cátedra, carreira dos servidores, autonomia universitária, vinculação orçamentária para saúde e educação;
- Imediata nomeação dos professores já concursados.
Aprovado por unanimidade.
São Paulo, 11 de fevereiro de 2020.