Adunifesp apoia a greve nas universidades estaduais paulistas

As universidades estaduais paulistas vivem atualmente uma de suas mais graves crises. Alegando dificuldades financeiras, as instituições decidiram não conceder qualquer reajuste salarial a docentes e servidores técnico-administrativos. Em defesa de um orçamento adequado para as universidades estaduais paulistas, as comunidades se mobilizaram e deflagraram greve nas instituições. Em sua última reunião, a diretoria da Adunifesp-SSind. aprovou uma manifestação de apoio à greve de docentes, estudantes e funcionários de USP, Unesp e Unicamp. Confira clicando em leia mais.

“Nós da Adunifesp-SSind. manifestamos nosso apoio à greve de docentes, estudantes e funcionários das universidades estaduais paulistas – USP, Unicamp e Unesp.

Identificamos tais circunstâncias de ‘dificuldades orçamentárias’ a um projeto amplo e antigo de desqualificação do ensino superior público no país em benefício de grandes grupos privados interessados na educação exclusivamente como negócio, o que abre portas, por exemplo, para a cobrança de mensalidades “daqueles que poderiam pagar”, como declarado pelo reitor da USP ao jornal Folha de São Paulo.

As atuais gestões das universidades públicas, em vez de zelarem pela garantia e fortalecimento do caráter público do conhecimento e de sua produção, continuam manifestando-se, sobretudo a partir do posicionamento da Andifes (Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior), a favor da atual moda da “internacionalização”, assumindo sem crítica a lógica escancaradamente empresarial e privatista sobre as pesquisas e sobre o processo de produção científica.

Entendemos que a questão do arrocho salarial é nevrálgica, mas nunca exclusiva, no desmonte das condições de trabalho e estudo nas universidades públicas. A intransigência e o autoritarismo que têm marcado a atitude dos gestores faz coro às manifestações tantas vezes repisadas pelo Cruesp (Conselho de reitores das estaduais paulistas) e pelo governo do Estado de que a ideia de gerenciamento político da Educação tem precedência e orienta quaisquer determinações, mesmo que súbitas, de corte orçamentário.

Não se trata, portanto, de não haver planejamento, mas o que existe está a serviço estrito de critérios absolutamente contrários a tudo o que pudesse ser a construção de uma universidade pública, gratuita e socialmente responsável para todos. Todo nosso apoio à luta dos funcionários, estudantes e docentes das Universidades Estaduais Paulistas em defesa da universidade pública brasileira.

Diretoria da Adunifesp-SSind.