19/03 – Assembleia Geral dos Docentes da Unifesp

Enfrentamos um governo que além de atender exclusivamente os interesses do mercado às custas dos direitos das trabalhadoras e trabalhadores – tendo a Reforma da Previdência como grande exemplo – elegeu os docentes do ensino superior público como bode expiatório de seu desgoverno. De maneira recorrente o presidente e o ministro da educação nos ameaçam por incentivarmos o pensamento múltiplo e divergente, e com a construção de falsos discursos nos desqualificam enquanto servidores públicos, nos atribuem supostos privilégios e regalias, e assim pavimentam o caminho para a privatização da educação, a destruição da produção do conhecimento e o fim da universidade como a conhecemos.

E mais um largo passo foi dado nesse sentido: a Medida Provisoria 873 que proíbe o desconto da contribuição sindical na folha de pagamento do servidor (mesmo com sua voluntária e expressa autorização). Um instrumento que ataca o princípio de liberdade e autonomia sindical, uma de nossas formas históricas e fundamentais de organização enquanto categoria docente. Uma estratégia covarde que no curto prazo imobiliza os sindicatos, pois acaba imediatamente com a renda de associações de classe como a Adunifesp-SSind, e no médio e longo prazo dificulta nossa organização e defesa da universidade pública. A assessoria jurídica da Adunifesp-SSind já entrou com ação para suspender os efeitos da MP. Ainda assim podemos nos perguntar: por que os trabalhadores podem voluntariamente pedir desconto em folha de seu plano de saúde e não da contribuição sindical? E os elementos para sua resposta indicam os objetivos e compromisso desse governo.

Não se enganem, as propostas como o Programa Escola Sem Partido, “Lava-jato da Educação”, desvinculação completa do orçamento da União e a própria MP 873 vem para acabar com nossa existência enquanto docentes e também da própria universidade pública. A preocupação do governo não é com a qualidade do ensino e da produção de conhecimento, ou mesmo com a melhor eficiência e transparência da gestão dos recursos públicos, mas sim com a diminuição do acesso ao ensino superior a maior parte da população, a perpetuação da desigualdade social para manutenção da exploração de mão de obra barata, o compromisso com um ensino discriminatório, sem a consideração de nossa diversidade cultural, o fim dos serviços públicos e o fim da universidade pública e gratuita.

O momento é de luta pela sobrevivência enquanto docentes de ensino superior público e da própria universidade pública. Para tanto convidamos a todos e todas para Assembleia Geral dos Docentes da Unifesp na próxima terça-feira, dia 19/03, às 11h30 no Anfiteatro A da Unifesp (Rua Botucatu, nº740 – subsolo). Pautaremos:  1) Ataque aos docentes e a universidade (reforma da previdência; lava jato da educação; escola sem partido; servidores e professores como alvo do governo); 2) Sobrevivência do Sindicato – MP 873; 3) Calendário de lutas – dia 22/03 dia nacional e luta.

Adunifesp-SSind