Reitor eleito é reitor empossado

Carta aberta do Conselho de Entidades aos Conselheiros da Unifesp

Na próxima terça-feira, 26/01, as senhoras e os senhores conselheiros da Universidade Federal de São Paulo terão a responsabilidade de formar uma lista com três nomes a serem apresentados ao presidente da República. Dela sairá o próximo Reitor da Unifesp. Desde 1989, com muita luta das entidades de docentes, servidores, estudantes, pós-graduandos e residentes, há uma conquista da qual não podemos abrimos mão: a gestão de nossa instituição é aquela cujo programa foi escolhido pelo voto direto na comunidade.

Tentativas de burlar a vontade sufragada surgiram com frequência. Porém, o Conselho Universitário tem sido um bastião da democracia, trabalhando para que o reitor eleito seja sempre o empossado, independente de quem ocupa a cadeira em Brasília. Desta feita há um fantasma rondando as Universidades Federais, contra o qual as entidades locais e nacionais das categorias integrantes das comunidades têm travado, em unidade, verdadeiras batalhas políticas, narrativas, jurídicas e eleitorais. A nossa responsabilidade vai muito além da defesa de um ou outro programa de gestão: devemos impedir que se quebrem consensos democráticos por grupos tentando se aproveitar de oportunidades oferecidas num governo autoritário. É uma fratura que não pode acontecer.

Temos quatro chapas inscritas, sendo que uma delas, a despeito de ser derrotada nas urnas, está abertamente trabalhando para, ao simplesmente estar na lista tríplice, ser nomeada, colocando nossa Universidade no grupo das instituições que devem favores a um governo anticiência, anti-intelecutal e inimigo da educação. Por esse motivo pedimos aos conselheiros que compareçam à sessão do dia 26/01 e, ao votarem, defendam a democracia: não escolham quem já se postula para o governo autoritário como alternativa ao programa escolhido democraticamente pela comunidade.

Essa eleição não acaba no próximo dia 26, motivo pelo qual as entidades, que são também de todos vocês, continuarão trabalhando não apenas para garantir a nomeação e a posse do Professor Nelson Sass, reitor democraticamente eleito, mas também combateremos coletivamente quaisquer ameaças, perseguições, insinuações de dificuldades futuras etc. (particularmente as feitas aos conselheiros/eleitores), oferecendo conjuntamente o apoio e a estrutura das entidades, tais como mobilizações, assessoria jurídica e diálogo com gestores, entre outras medidas, para identificação e responsabilização.

A tradição na Unifesp é lutar pela posse do primeiro colocado na Consulta. Votem por ela e tenham a certeza de que as senhoras e os senhores não estão sozinhos. Juntos somos mais fortes. E venceremos.

Viva a Democracia na Universidade Pública Brasileira!

Viva a Universidade Federal de São Paulo!

São Paulo, 25 de janeiro de 2021

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