Por uma universidade pública, gratuita, democrática e de qualidade

 

Em muito pouco tempo, Michel Temer já mostrou a que veio: retirar direitos e sucatear tudo que puder para entregar de bandeja para empresas privadas – bancos – que sustentam politicamente seu governo. A universidade pública é um dos primeiros alvos desse projeto de rapinagem. Em nome da austeridade, a proposta de emenda constitucional 241/2016 visa a impedir que qualquer presidente invista em saúde e educação nos próximos 20 anos, limitando-se a um valor indexado pela arrecadação de 2016, uma das menores de toda a história do Brasil. O objetivo é manter o rentismo parasitário de bancos e fundos de investimento que apenas sugam o erário na figura de pagamento de juros da dívida pública.

Os cortes no orçamento tratarão de inviabilizar a universidade gratuita, a pesquisa científica e a carreira docente, com pressões já exercidas por institutos financiados por bancos privados e o oligopólio de mídia no sentido de legitimar a cobrança de mensalidades na graduação. A PEC visa ainda fragilizar o regime de dedicação exclusiva, dificultar progressão na carreira, impedir ajustes salariais e permitir até mesmo cortes em gratificações, que são, na verdade parte dos vencimentos. É a legalização de cortes nos salários! Com impedimento de investir, a pesquisa e a extensão ficam completamente comprometidas, com cortes certos em bolsas desde a iniciação científica, passando pela pós-graduação, chegando ao pós-doutorado e grupos ou laboratórios. É um projeto de dilapidação da autonomia e a democracia universitária para jogar tudo ao bel prazer de empresas privadas sem qualquer compromisso com a educação superior.

Num momento de conquistas como a consulta paritária para reitor e vice, as conquistas pretéritas precisam ser defendidas. Por esses e muitos outros motivos que vêm sendo debatidos nas reuniões, plenárias e assembleias promovidas pela Adunifesp-Ssind, estamos participando do esforço empreendido por todas as centrais sindicais e o nosso sindicato nacional, o Andes-SN, na construção de uma greve geral com as demais categorias de trabalhadores e profissionais liberais para barrar esses ataques que, ao final, serão benéficos apenas a alguns banqueiros e aos políticos lacaios de um projeto de rapinagem sobre o País.

Em 22 de setembro, chamado Dia Nacional de Luta, um esquenta para a greve geral, um ato comunitário, com o Sintunifesp, APG, Aremulti e alguns DAs e Cas denunciou o plano de rapinagem em frente ao prédio da Leitão da Cunha, no campus São Paulo. Atos paralisaram o campus Baixada Santista, no prédio da Silva Jardim, onde o fórum comunitário local (docentes, TAEs e estudantes) já tirou uma agenda de lutas. Um debate semelhante foi realizado em Osasco, no mesmo dia, de onde se tirou como indicativo a elaboração de agenda de lutas na região, o que está sendo construído também em Guarulhos e em São José dos Campos. Até o momento, sempre com grande protagonismo e esforço e dos professores dos campi.

Vamos agora levar o movimento para outras cidades. Convidamos os docentes a se juntarem ao debate para construir um movimento plural vindo da base, legitimado na participação de todos que puderem dedicar esforços na resistência durante essa crise que se anuncia uma das maiores da história do ensino superior público brasileiro. O objetivo mais próximo é estender a mobilização em todos os campi para que seja possível tensionar as forças com os tecnicistas gestores de orçamento da união que atuam em nome de bancos privados.

Construir a unidade na luta e garantir uma Unifesp autônoma, democrática, pública, gratuita e de qualidade!

Nenhum direito a Menos!

Pela Defesa da Democracia!

Diretoria da Adunifesp-SSind