Ato conjunto do dia 17/06/15: avaliação e postura políticas precisas e necessárias
Na manhã fria de 17 de junho, foi realizado Ato Público conjunto convocado pelo Conselho de Entidades (CE) da Unifesp entre as categorias docente, técnico-administrativo em educação e discente, o qual reuniu cerca de 80 manifestantes mobilizados em torno do eixo comum: contra o PL4330 da terceirização; contra o ajuste fiscal e os cortes orçamentários na educação e pelo respeito às deliberações do I Congresso Institucional da Unifesp, com destaque para a questão da paridade. Considerando o eixo político comum, o objetivo do Ato, além da mobilização e de expressar a indignação frente às péssimas condições de trabalho, ensino e aprendizagem na Unifesp, foi entregar à Reitoria e ao CONSU dois documentos elaborados e assinados pelo CE, um deles criticando o tom ameno, conciliador, passivo e de desconsideração da dimensão política do “Informativo do grupo de trabalho de acompanhamento orçamentário da Unifesp”, publicado na página da Reitoria no dia 12/06/15 que, ao tornar públicas as ações internas à Unifesp para buscar equilibrar gastos e despesas sem o devido posicionamento crítico assume que é possível funcionar com menos verbas além de criar junto a comunidade universitária uma aparência de ausência de problemas orçamentários. O outro documento critica a decisão adotada pelo CONSU da Unifesp, por iniciativa da Reitoria, de criar Comissão para sistematizar, novamente, as deliberações do I Congresso Institucional da Unifesp, algo já realizado pela Comissão Paritária de Sistematização eleita no próprio Congresso, no qual é exigido a apreciação imediata pelo CONSU de tais deliberações. (Leia os documentos do Conselho de Entidades na íntegra aqui e aqui).
Tal mobilização e ação política mostraram-se acertadas e precisas em sua avaliação da conjuntura nacional e também necessária, já que na mesma semana tornou-se pública a amplitude de mais uma dimensão dos cortes na educação superior pelo Ministério da Educação, a qual agora envolve também verbas de Capital. Além dos já prejudicados recursos de Custeio que afeta o cotidiano das IFES foi anunciado um corte de 47% nos recursos de Capital, cerca de R$ 25 milhões só na Unifesp, o que afeta principalmente os recursos para investimentos como obras e materiais permanentes como mobiliário e equipamentos eletrônicos.
A manifestação conjunta exigindo uma postura mais ativa e crítica da Reitoria frente a conjuntura nacional dos cortes orçamentários mostrou-se completamente fundamentada e necessária. No contexto local ficou nítida a importância dessa tomada de posição da comunidade universitária unida, pois a manifestação oficial das instâncias administrativas da Unifesp antes do Ato Público no já comentado e criticado Informativo do grupo de trabalho orçamentário, era passiva e ambígua do ponto de vista político, referindo-se aos cortes como “contingenciamento financeiro” ou ainda como “otimização de gastos”. Após a manifestação política das categorias unidas, o posicionamento e discurso da Reitoria muda radicalmente e, em seu último boletim, os cortes são agora criticados e referidos como “ameaças violentas à universidade pública”, num tom muito semelhante ao adotado pelos documentos do CE.
Não há desmedida política nas exigências da comunidade universitária expressas nas reivindicações colocadas no ato de 17/06: o contexto nacional da educação é de severa crise e de escolhas políticas completamente ameaçadoras à educação superior pública, gratuita e de qualidade, que não se sustenta pelo dístico mistificador “Pátria Educadora”. Ainda nesta semana o quadro de paralisação docente nas IFES em greve ampliou-se de 30 instituições para 35 com a importante adesão dos colegas da UFRJ. Quanto aos TAEs, continuam em greve em mais de 60 IFES e ampliando sua mobilização no campus São Paulo, onde o Hospital Universitário deixou de fazer internações eletivas ou não emergenciais por falta completa de condições. Ademais, os TAEs do campus Guarulhos aderiram à greve no dia 22/06 .
A luta política expressa na greve está engrossando e, nesse sentido, os TAEs saíram na frente e merecem todo nosso apoio. Com a manifestação conjunta dos três segmentos organizada pelo Conselho de Entidades ficou comprovada a importância e a necessidade de caminharmos para maior envolvimento das demais categorias.
Diretoria da Adunifesp-SSind