Após uma longa batalha contra o câncer, faleceu no último dia 22 de junho o Professor Vilmon de Freitas, Ex-Presidente da Adunifesp (2007-2009) e Tesoureiro Geral entre os anos de 2003 e 2007. Original da cidade de Passos, no sul de Minas Gerais, Vilmon mudou-se para São Paulo ainda na adolescência para continuar os estudos. Graduou-se na Escola Paulista de Medicina (1970-1975), fez a residência em ginecologia no Hospital do Servidor Público Estadual e pós-graduação (mestrado e doutorado) nesta mesma especialidade, retornando à Escola Paulista. Aprovado em concurso (1984), tornou-se docente do Departamento de Ginecologia do curso de Medicina.
Em um depoimento emocionado, a médica Marisa Patriarca, esposa de Vilmon, recorda um pouco das alegrias do marido. Torcedor do Santos, desde a época clássica em que Pelé comandava o time, ele jogava futebol muito bem e na juventude chegou até a profissionalizar-se. Acabou deixando o esporte para cultivar a paixão pela Medicina. Ela destaca também seu gosto enorme pela música e, sobretudo, pelo violão, instrumento que tocava. “Foi uma enorme perda para a universidade pelo seu senso ético e profissional. Como marido ele foi um grande amigo e um companheiro”, relembra.
Amigo de Vilmon há 35 anos, o Professor Geraldo Rodrigues de Lima, Titular do Departamento de Ginecologia, foi seu orientador na residência e na pós-graduação. “Desde então nutrimos uma grande amizade. É um orgulho ter sido seu professor, colega de docência e amigo. Foi uma perda muito sentida”, afirma. O professor destaca o trabalho de Vilmon na área da Reprodução Humana, na qual, “junto com outros colegas, desenvolveu importantes contribuições para a ginecologia brasileira”.
À frente da Adunifesp no biênio 2007-2009, quando já enfrentava o câncer, o Professor encarou um dos momentos mais difíceis para a entidade e mais dramáticos para a universidade. Foi neste período que a Instituição viveu uma de suas maiores crises, com o surgimento na imprensa de diversas denúncias de irregularidades na administração universitária, e que culminou com a renúncia do Reitor em 2008. À época a gestão presidida por Vilmon, apesar das muitas dificuldades, enfrentou de forma íntegra e combativa a crise, mas também com ponderação e responsabilidade.
A Presidente da Adunifesp, Maria José Fernandes, relembra com saudades a convivência na diretoria da entidade. “Foram seis anos de intenso convívio em gestões anteriores, período em que tive o privilégio de ter ao lado uma pessoa comprometida com a ética, a democracia, o bem coletivo, tudo tratado com muita seriedade e uma pitada de bom humor”, afirma. “Ele nunca lamentava e nem tinha palavras negativas sobre quem quer que fosse, acho que essas eram as qualidades que eu mais apreciava”, elogia.
Nos últimos anos, o Professor João Aléssio, do Departamento de Cirurgia, foi um dos médicos que acompanhou o tratamento de Vilmon. Ele lembra que seu paciente sempre lidou com a doença de forma íntima. “Ele nunca buscou nenhum tipo de complacência por causa da doença. Não desistiu e continuou tocando a vida. Considero admirável a forma com que lidou com a questão”, afirma Aléssio, que também destaca a marcante relação médico-paciente entre os dois. “Como éramos colegas de universidade, da Associação, do Conselho Universitário, às vezes o Vilmon saía de uma cirurgia e logo estava conversando das pautas da Escola, da Universidade”, recorda.
Através desta matéria, a Diretoria e a equipe da Adunifesp gostariam de prestar uma pequena homenagem ao querido Professor Vilmon de Freitas. Solidarizamo-nos com a família e os amigos neste momento difícil, principalmente com sua esposa Marisa.