por Vinícius Moreira – Foto: Marco Antônio Cardelino (notícia publicada em 30/08 no site da ALESP)
A falta de investimentos nas instituições universitárias foi o principal tema abordado em reunião realizada nesta quarta-feira (30/8), na Assembleia Legislativa. O encontro reuniu representantes de universidades federais, estaduais, municipais, além das fundações públicas.
Membro da Associação dos Docentes da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), o professor Rodrigo Medina Zagni criticou o contingenciamento dos recursos em educação. “Hoje as universidades federais têm mais de 7,8 milhões de estudantes, um número bastante significativo. Somente em 2016, cerca de 228 mil alunos ingressaram nestas faculdades. Além disso, 60% deste número pertence às classes D e E. Precisamos de investimentos”, explica.
Para Zagni, a Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) pode ter as atividades interrompidas. “Estamos vivendo uma situação semelhante ao que ocorreu na Universidade Federal do Rio de Janeiro, que suspendeu o semestre letivo por falta de recursos. Também estamos sob risco de paralisação”, disse.
Estudante de economia da USP (Universidade de São Paulo), Vinicius Fernandes considera os cortes em programas de apoio como um dos principais problemas que afetam os estudantes universitários. “Nos últimos anos diversos estudantes perderam a possibilidade de estudar nas universidades em que entraram pela falta de condições financeiras”. Os programas de permanência estudantil consistem na oferta de bolsas para alunos matriculados em cursos de graduação que comprovem dificuldades socioeconômicas para se manter na universidade.
O professor da Universidade de Campinas (Unicamp), Paulo Cesar, afirmou que a política adotada para as universidades ” seja na esfera municipal, estadual ou federal ” vem de longa data. “Na Unicamp, além da falta de recursos, sofremos com a precarização dos docentes. O processo de contratação de professores temporários tem um custo menor para o Estado, mas nem sempre eles estão preparados para isso”, afirmou.
A Frente Parlamentar em Defesa das Universidades Públicas foi presidida pelo médico e deputado Carlos Neder (PT). Ele criticou a situação dos hospitais vinculados às universidades. “Esses hospitais vêm enfrentando sérios problemas no que diz respeito ao seu financiamento. Embora haja a vinculação de alguns impostos como fonte de receita, isso não tem se mostrado suficiente nem mesmo para a manutenção do serviços prestados”, relatou.