Em assembleia geral realizada nesta segunda-feira (24/4) na Vila Clementino, os professores da Universidade Federal de São Paulo decidiram aderir à greve geral convocada pelas centrais sindicais para a próxima sexta-feira, 28. Além de paralisar as atividades, foi deliberado participar do ato unificado das Fretes Brasil Popular e Povo Sem Medo no Largo da Batata (o ponto de encontro será em frente à Igreja Nossa Senhora de Monte Serrat, a partir das 16h30).
A greve geral foi convocada para protestar contra as reformas trabalhista e previdenciária propostas pelo governo Temer, as quais se baseiam na retirada de direitos de cidadania, seguridade e das relações de trabalho (exceto para militares, juízes e políticos profissionais) para manter um sistema de pagamento de juros de uma dívida pública que jamais foi auditada.
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De acordo com o professor Rodrigo Medina Zagni, do campus de Osasco e presidente da Associação dos Docentes da Unifesp, este é um momento crucial para defesa dos direitos trabalhistas e de cidadania. “Há diversos grupos políticos e econômicos que aguardam momentos de crise como este para lucrar em cima. As reformas do governo Temer são 100% de ataques, não há um único ponto em que o cidadão, e particularmente o docente do ensino superior público, tem melhoras de perspectivas”, avalia.
No caso da educação, os ataques já foram brutais com a aprovação no ano passado da Emenda Constitucional 95/2016, que congelou os investimentos em saúde e educação por um período de 20 anos. Embora os movimentos contra as reformas demonstrem estar crescendo na base da sociedade, a intensa campanha de mídia capitaneada pelas maiores empresas de comunicação do País tem buscado colocar a população contra o funcionalismo público e, desse modo, justificar a privatização total dos direitos assegurados na Constituição de 1988, especialmente de saúde e educação, seja pela via direta ou com a entrega para organizações sociais.
“Na reforma da previdência, o governo fez recentemente um aparente recuo nas regras de aposentadoria das mulheres, por exemplo, mas aumentou a penalização sobre o funcionalismo. A mídia, por sua vez, trata os servidores como se fossem uma elite altamente privilegiada, fazendo uma analogia entre um professor universitário a políticos envolvidos em casos de corrupção”, denuncia o professor Daniel Feldman, do Departamento de Ciências Econômicas do Campus Osasco e secretário-geral da Adunifesp.
A paralisação do dia 28 deliberada em Assembleia Geral já foi debatida em atos locais nos campi Baixada Santista, Guarulhos e Osasco, onde se realizará uma nova assembleia local nesta terça, 25/4. Os debates prosseguem na quarta-feira em Diadema e São José dos Campos.
Também foi deliberado em assembleia participar como movimento docente do ato unificado em comemoração ao Dia do Trabalho convocado pelas centrais CUT, CTB e Intersindical, que terá intervenções e manifestações artísticas na Avenida Paulista na próxima segunda-feira, Primeiro de Maio, entre meio-dia e 22h.
Imagem: Frente Brasil Popular