Nos últimos dias, as comunidades das estaduais paulistas USP e Unicamp realizaram grandes mobilizações por democracia e condições adequadas de educação e trabalho. Os estudantes da Universidade de São Paulo (USP) deflagraram greve na terça-feira, dia 01 de outubro, e decidiram ocupar o prédio da reitoria por tempo indeterminado para exigir a realização de um debate sobre a estrutura de poder na instituição e a proposta de eleições para reitor.
A decisão da greve e da ocupação foi tomada em assembleia que contou com a presença de mais de mil discentes. O movimento reivindica o fim da lista tríplice, eleição direta e paritária para reitor, e a paridade na composição de todos os conselhos da universidade. Estudantes, funcionários e professores paralisaram as aulas e realizaram um ato em frente à reitoria por volta das 13 horas da terça (1), onde o Conselho Universitário da USP estava discutindo, entre outros temas, as regras para eleição de reitor, composição dos conselhos e lista tríplice.
Os sindicatos dos docentes (Adusp – SSind) e dos funcionários (Sintusp), junto com o Diretório Central dos Estudantes da USP, por meio um protocolo, tentaram acompanhar as discussões no Conselho e solicitar que a audiência fosse aberta. O pedido das entidades foi recusado e a reunião realizada a portas fechadas. Representantes dos funcionários no Conselho sequer puderam retornar à reunião depois que deixaram a sessão por alguns minutos. Diante destes episódios, os estudantes resolveram ocupar a reitoria.
Segundo informações do DCE, os representantes discentes no Conselho Universitário já protocolaram uma proposta exigindo o cancelamento imediato da sessão do Conselho de 1 de outubro, a convocatória imediata de uma nova reunião, dessa vez aberta a todos, e a convocação de um plebiscito oficial da instituição a respeito das eleições diretas na USP. O atual reitor da USP, João Grandino Rodas foi escolhido em 2009 pelo então governador José Serra (PSDB), mesmo sem ser o líder de votos da lista tríplice.
Adusp é intimada por ocupação da reitoria
A Associação dos Docentes da USP recebeu no dia 4 de outubro um mandato de citação e intimação referente à ação de reintegração de posse feita pelo reitor da Universidade de São Paulo, João Grandino Rodas. No documento, a seção sindical do ANDES-SN é acusada de participar e de promover a ocupação do prédio da Reitoria. Mais uma vez a gestão da USP tenta intimidar a comunidade universitária, desta vez com uma acusação sem fundamentos contra a Adusp. O mandato de Rodas termina em 25 de janeiro do próximo ano. Até o fechamento desta matéria a ocupação continua e a justiça negou na quarta-feira (09) um pedido de reintegração de posse da reitoria.
Contra a polícia na Unicamp, estudantes ocupam reitoria
Paralelamente aos acontecimentos da USP, os estudantes da Unicamp também ocuparam a reitoria, desta vez no dia 3, contra a presença da polícia militar na instituição. Os protestos começaram após a autorização institucional de patrulhamento em decorrência da morte de um estudante, que foi assassinado durante uma festa. A reitoria conseguiu um mandado de reintegração de posse, mas até o momento afirma que tentará resolver a questão através do diálogo.
Solidariedade às lutas na USP e na Unicamp
A diretoria da Adunifesp-SSind. solidariza-se com as lutas por democracia das comunidades da USP e da Unicamp. A entidade repudia qualquer tentativa de uso de efetivo policial para acabar com as ocupações estudantis e conclama ao diálogo todas as autoridades supracitadas, para resolver os impasses existentes com a comunidade e evitar novos fatos de violência que comprometam o pleno exercício da educação.
Por fim a Adunifesp-SSind. também repudia a intimação da Adusp-SSind. feita pelo reitor da Universidade de São Paulo, João Grandino Rodas, que em uma clara tentativa de intimidação, pretende responsabiliza a entidade pela ocupação do prédio da reitoria.
*Matéria produzida a partir de uma original do ANDES-SN