O ato pela valorização da educação pública, realizado na Avenida Paulista por diversas entidades e movimentos sociais na última quarta-feira (24), contou com uma participação massiva da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Mais de 500 pessoas fizeram uma concentração no vão livre do MASP e partiram em passeata até a Praça do Ciclista. O intuito foi repercutir no estado de São Paulo o ato da Jornada Nacional dos Movimentos Sociais, que reuniu mais de 20 mil pessoas em Brasília, e mobilizar quem não conseguiu comparecer à capital federal.
A manifestação procurou sensibilizar a população para a importância de aumentar os investimentos em educação e valorizar o trabalho de professores e servidores técnicos nas universidades e escolas públicas. Na pauta, a luta pela aplicação de 10% do valor do Produto Interno Bruto (PIB) no setor, a defesa de salários e carreiras dignas para professores e trabalhadores em educação e a denúncia do Projeto de Lei 549/2009, que “congela” por 10 anos os rendimentos e investimentos no âmbito dos serviços públicos federais.
A receptividade da população foi bastante grande, inclusive quando os manifestantes causaram lentidão no trânsito ao fecharem a Paulista ou durante a marcha, que interditou uma das faixas da avenida. Muitos cartazes com os dizeres “buzine pela educação pública” ou “buzine pelos 10% do PIB para educação” eram prontamente atendidos por inúmeros motoristas. O ato também contou com grande repercussão nos meios de comunicação, que em geral fizeram uma cobertura bastante positiva.
A Associação dos Docentes da Unifesp (Adunifesp-SSind.) foi uma das organizadoras e idealizadoras do ato, realizado em conjunto com entidades estudantis e o Sindicato dos Servidores Técnicos da Instituição. Além disso, a manifestação foi convocada por outra Seção Sindical do ANDES-SN, a Associação dos Docentes da UFABC, e pelo Sinasefe, Sindicato dos Professores das Escolas Federais, que atualmente estão em greve. A manifestação representou uma importante articulação entre as entidades das instituições federais de educação do estado de São Paulo.
Unifesp vive momento difícil
Apesar de sempre constar nas listas de melhores universidades brasileiras, a Unifesp vive um momento difícil. Um número expressivo de servidores técnico-administrativos está em greve há mais de dois meses e os professores debatem fazer o mesmo, dependendo do resultado das negociações com o Governo Federal. Na pauta, um aumento salarial condizente com as perdas inflacionárias do último período e mudanças na carreira que valorizem o trabalho nas universidades federais.
Além disso, o processo de expansão iniciado nos últimos anos foi realizado sem o devido financiamento, infraestrutura e políticas de permanência estudantil. Em 2010, uma forte mobilização da comunidade universitária, particularmente dos estudantes, conquistou compromissos da Reitoria da Instituição e do Ministério da Educação para resolver os inúmeros problemas, mas a maioria ainda persiste. A participação massiva da comunidade Unifesp na manifestação do dia 24 – somente os docentes eram quase cem – demonstrou o forte descontentamento com as atuais condições de estudo e trabalho.
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