Nesta terça-feira, dia 10 de abril de 2018, foi realizada a Assembleia Geral dos Docentes da Unifesp pautando a situação política do país e os cortes no orçamento universitário, com destaque para os auxílios de permanência estudantil. O tom das falas, análises e debate foi de grande indignação frente a nossa conjuntura política, com as constantes investidas contra a universidade pública e principalmente com o ataque à democracia brasileira pela prisão inconstitucional do ex-presidente Lula. Nesse sentido foi reforçada a necessidade de ampliar a mobilização e a unidade entre as categorias docentes, discente e servidores técnicos da Unifesp com uma série de iniciativas propostas, como por exemplo, a formação de comitê em defesa da democracia e organização de Plenária Comunitária. E declarado apoio à mobilização estudantil, sem punição aos grevistas, mas respeitando as diferentes formas de apoio docente assumidas em cada campi.
A assembleia teve início com a fala do presidente da Associação dos Docentes da Unifesp (Adunifesp-SSind) prof. Daniel Feldmann, destacando a ligação entre o contexto local – dos cortes de orçamento e diminuição dos auxílios permanência estudantil – e o contexto nacional, em que está ocorrendo a implementação um programa de desmonte dos serviços públicos e ataque aos direitos dos trabalhadores para atender interesses da classe dominante. Os ataques voltados à universidade pública fazem parte desse programa político, que perdeu nas urnas e para ser implementado assume cada vez mais uma dimensão autoritária e arbitrária, ameaçando as instituições democráticas do país. O assassinato da vereadora Marielle Franco e a prisão sem provas do ex-presidente Lula são os fatos políticos que marcam amplitude dessa ofensiva, marcada pelo discurso de ódio e desrespeito à democracia. “Como restaurar a luta pela educação pública e pela democracia?”, encerrou o prof. Daniel Feldmann.
Após ampla participação dos docentes, da maioria dos campi da Unifesp, foram realizados os seguintes encaminhamentos para enfrentar essa situação política nacional: 1) Buscar junto ao ANDES Sindicato Nacional esclarecimentos sobre um plano/calendário unificado de luta em defesa da educação e democracia, cobrando sua organização e divulgação; 2) Moção de apoio ao movimento Lula Livre, repudiando a arbitrariedade de sua prisão e declarando solidariedade ao ex-presidente, exigindo sua libertação; 3) Organização de Plenárias Comunitárias (com as categorias docente, discente e técnicos) locais nos campi, pautando a situação política nacional de ataque a democracia e os cortes no orçamento da universidade e uma Plenária Comunitária Geral, para fazer o balanço das discussões locais, indicada para o dia 19/04 (a confirmar); 4) Formação de comitês locais nos campi, a partir das plenárias comunitárias, ampliando a mobilização e luta pela educação e democracia (que serão responsáveis pela organização de atividades locais junto a comunidade e atividades unificadas como pro exemplo caravana à Curitiba).
Sobre o segundo ponto, os cortes orçamentários na universidade, principalmente os cortes nos auxílios da permanência estudantil, foram feitos os informes pela representação do movimento estudantil, integrante do Conselho Representativo do DCE, destacando que as mobilizações locais dos estudantes avaliam insuficiente os auxílios e que a forma de solucionar o problema é paliativa e inadequada, mantendo o problema estrutural de crise orçamentária na universidade. Enfatizou que a luta é mais ampla, em defesa da universidade pública, contra o programa de desmonte dos serviços públicos.
Os docentes recuperaram as situações nos campi e como forma de estabelecer o diálogo e unidade entre as categorias aprovaram os seguintes encaminhamento: 1) Apoio à mobilização estudantil, respeitando a autonomia dos movimentos, solicitando a não punição dos estudantes em greve (não aplicação de avaliações e não atribuição de faltas), respeitando também as diferentes formas de apoio assumida nos campi levando em consideração suas especificidades; 2) Buscar junto ao ANDES-SN e ANDIFES as iniciativas contra os cortes orçamentários, cobrando uma postura mais combativa.
Adunifesp-SSind