Após dias de intensos debates, terminou na noite desse domingo (1º), com a leitura da Carta de Fortaleza, a sexagésima terceira edição do Conad, realizado na Universidade Estadual do Ceará (Uece), desde quinta-feira (28).*
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Houve leitura das moções, na qual os participantes do Conad expressaram apoio aos trabalhadores demitidos da Amsted Maxion, aos professores perseguidos na Universidade Federal da de Santa Catarina (Ufsc), à greve dos trabalhadores técnico-administrativos em educação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), à luta pela manutenção da Política Nacional de Educação Especial e apoio também à federalização do Hospital São Paulo, da Universidade Federal de SP (Unifesp).
Manifestaram, ainda, solidariedade aos trabalhadores venezuelanos, e repúdio às ações de repressão à manifestação dos professores do Piauí, em 21 de junho; à contratação de PMs aposentados, fardados e armados, feita pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes); ao governo cearense Camilo Santana (PT), que se nega a receber as seções sindicais do ANDES-SN Sinduece, Sindurca e Sindiuva, e também a política de segurança pública no estado, que criminaliza e assassina a população da periferia do Ceará.
Também repudiaram a limitação, pela reitoria da Universidade Federal de Lavras (Ufla), do uso dos espaços da instituição, a postura repressora na Universidade Federal do Amapá (Unifap), frente ao silenciamento da destruição de obra artística construída por um sindicalizado e a prisão arbitrária de Stella Avallone, detida neste domingo (1) durante um ato contra o genocídio de jovens e crianças negras na capital paulista.
A mesa convidou o estudante Iuri, morador de Serrinha, para uma fala sobre a violência contra a população pobre e jovem na capital cearense e denunciar a chacina ocorrida em Fortaleza, em 2015, que vitimou 11 pessoas.
Sâmbara Paula, presidente da Sinduece Ssind., que recebeu o 63° Conad, agradeceu a todos e todas que contribuíram para a realização do evento. Ela disse se sentir mais humana após a troca de experiências na construção coletiva do Conad e também com os debates ocorridos durante o evento. “Ainda que muitas dificuldades possam ter ocorrido nesse Conad, acreditamos que demos o melhor de nós, e aprendemos nessa relação com o ANDES-SN e a ser mais parte do ANDES-SN enquanto seção sindical”, disse.
Célio Coutinho, 2º vice-presidente da Regional Nordeste 1 do Sindicato Nacional, também destacou a importância de realização do Conad na Uece, na valorização da universidade estadual.
Carta de Fortaleza
Eblin Farage, secretária-geral do ANDES-SN, fez a leitura da Carta de Fortaleza. Antes, ela registrou que a Comissão de Assédio do 63º Conad não recebeu nenhuma denúncia de assédio.Na carta, a secretária-geral destacou os vários momentos emocionantes que marcaram a abertura de um dos maiores Conads já realizados pelo ANDES-SN, como as homenagens à funcionária do sindicato Fátima Alves da Silva e à Marielle Franco, vereadora assassinada no Rio de Janeiro.
Eblin pontuou na Carta várias deliberações, entre elas, a luta pelos direitos sexuais e reprodutivos das mulheres, a agenda de lutas dos setores das Ifes, Iees e Imes, que conta com um Dia Nacional de Luta contra o assédio moral e sexual nas Universidades e um Dia Nacional de Luta contra o Racismo, em novembro. Ela encerrou a Carta de Fortaleza com os dizeres do poeta cearense Patativa de Assaré “eu sou de uma terra que o povo padece, mas não esmorece e procura vencer” e finalizou conclamando “Marielle, Presente!”
Antonio Gonçalves, presidente do Sindicato Nacional empossado na abertura do 63º Conad, agradeceu aos trabalhadores e trabalhadoras que participaram da organização do evento e à nova diretoria, que assumiu com a tarefa de “não permitir a descontinuidade nesse processo histórico de construção de um espaço onde a base pode se expressar livremente”.
Antonio finalizou o 63º Conad destacando que a categoria e a direção do Sindicato Nacional têm muitas tarefas a cumprir e espera encontrar todas e todos nas lutas e espaços de debate que acontecerão no próximo período. “Esses encontros nos fortalecem e, diante da dureza da vida, é fundamental termos esse ânimo para nos fortalecer no enfrentamento”, disse.
*Matéria originalmente publicada no site do ANDES-SN em 02 de julho de 2018.