1ª Roda de Conversa da Adunifesp: maior união em defesa da universidade e da democracia

No sábado, dia 17 de março de 2018, aconteceu a primeira Roda de Conversa da Associação dos Docentes da Unifesp, iniciativa que teve o propósito de reunir os docentes para uma conversa, ao mesmo tempo para compartilhar as angústias e dificuldades enfrentadas no cotidiano da universidade frente aos constantes ataques aos nossos direitos, e também de forma propositiva buscar uma caminho coletivo para enfrentar esse contexto político de retrocessos. Dentre os encaminhamentos propostos o destaque para o levantamento das demandas e reivindicações dos docentes em seus campi e também para uma série de novos encontros na entidade e nos campi da Unifesp para debater a universidade, o golpe e nossa atual conjuntura política.

A Roda teve início por volta das 16h na sede da entidade com a presença de 28 docentes dos vários campi da Unifesp – Baixada Santista, Diadema, Guarulhos, Osasco, São José dos Campos e São Paulo (vale a menção de que apesar de não estarem presentes os novos docentes do campus da zona leste da Unifesp já foram acolhidos por representantes da categoria em reunião no dia 16 de março e devem somar nas lutas daqui em diante). A fala de abertura foi do prof. Daniel Feldmann, presidente da Adunifesp-SSind, retomando brevemente os pontos mais problemáticos de nossa atual conjuntura política, com a universidade pública completamente afetada pelos cortes de verbas, recebendo investidas do mercado e do ilegítimo governo para sua privatização; com os servidores públicos atacados frontalmente com congelamento de salários, extinção de cargos, inviabilização de concursos, suspensão de benefícios como plano de saúde entre outros; docentes sendo censurados por suas propostas pedagógicas, renomados pesquisadores como prof. Carlini da Unifesp questionados e intimados arbitrariamente pelos temas de suas pesquisas, indicando que a liberdade de cátedra está ameaçada; com a intervenção militar no Rio de Janeiro e a execução da vereadora Marielle Franco violando todos os princípios democráticos e de direitos humanos que construímos ao longo da história, nos causando choque e indignação. E com o questionamento “O que fazermos a partir daqui, em nosso espaço que é a universidade?” foi aberto a diálogo com os presentes.

Foram horas de franco diálogo, compartilhamento de histórias de indignação e propostas de atividades, algumas que já estão acontecendo na universidade e fora dela, como os cursos que tematizam o golpe e a democracia, que também ocorrerão no campi da Unifesp (maiores informações clique aqui) e também o Fórum Social Mundial que reuniu diversos setores da sociedade, inclusive movimentos sociais para debater propositivamente nossa atual conjuntura.

Por fim os docentes presentes chegaram ao consenso dos seguintes encaminhamentos: 1) Levantar as demandas e reivindicações dos professores nos campi sobre as condições de ensino e pesquisa e encaminhar à Adunifesp-SSind; 2) Reivindicar da Reitoria maiores informações sobre os possíveis problemas que decorrerão do orçamento de custeio e de capital previsto para 2018 (documentos/planilhas de repasse de verbas e custos aproximados reforçando a transparência); 3) Realização em conjunto pela Adunifesp-SSind e outros colegas filiados dos seguintes eventos, intitulados “Adunifesp convida”: A) No bojo dos debates que tem sido marcados na Unifesp em solidariedade ao professor Luis Miguel sobre o Golpe em curso, realizar atividades intituladas “Universidade e o golpe” em todos os campi. Tais atividades deverão debater as consequências da difícil conjuntura política, econômica e social do país sobre a Universidade Pública. Eventualmente, a forma, palestrantes, e temática pode ser mudada a partir da realidade e demanda concreta de cada campus, mas o objetivo é que haja um debate ao menos em cada campi; B) Aos sábados, vamos promover na sede da Adunifesp-SSind debates intitulados “Universidade e Sociedade” em que professores das diferentes áreas poderão apresentar pesquisas, textos e estudos recentes para a comunidade de dentro e de fora da Unifesp; C) Também aos sábados, realizar atividades na sede da Adunifesp-SSind intituladas “Universidades e movimentos sociais”, atividades estas que serão debates abertos que suscitem o diálogo e organização de ações comuns entre a Universidade e os diferentes movimentos sociais; 4) Próxima roda de conversar: última semana de maio / primeira semana de junho (em breve confirmação).

Os votos são de resistência e luta! O momento é de união da categoria, aproveitamento de espaços como o da associação dos docentes para apoio, solidariedade e mobilização! Seguiremos em frente defendendo a universidade pública e a democracia!

Adunifesp-SSind