Frente a mais esta postura genocida de Bolsonaro e de sua equipe, a Adunifesp soma-se às parcelas cada vez mais majoritárias do povo brasileiro que exigem o fim do governo Bolsonaro-Guedes-Mourão
A Associação dos Docentes da Unifesp, junto com toda comunidade desta universidade, assiste indignada ao macabro festival de pronunciamentos e atitudes irresponsáveis do presidente (sic) Bolsonaro ao sabotar e quebrar a campanha nacional de combate à pandemia da Covid-19.
Ao orientar o povo a “voltar à normalidade”, com imediata re-abertura de escolas, comércio e com o fim das quarentenas, na contramão das recomendações das autoridades sanitárias do Brasil e do mundo, ele coloca centenas de milhares de vidas em risco.
Ao repetir seu mantra de que a Covid-19 é “apenas uma simples gripezinha” ele desdenha – prática corrente sua e de seus ministros – da Ciência e dos profissionais de Saúde, que hoje arriscam suas vidas na luta contra essa pandemia. Estaria ele sugerindo o genocídio de mais de 30 milhões de brasileiros acima de 60 anos (IBGE) ao afirmar que quarentenas são desnecessárias já que “o risco é apenas aos idosos”?
O “isolamento vertical dos grupos de risco” inconsequentemente sugerida por Bolsonaro só talvez fizesse algum sentido se houvesse, desde o início, testes em massa junto a enormes parcelas da população. Algo que este governo não garantiu e está muito longe de faze-lo já que segue praticando cortes de verbas aos serviços públicos – retirou, só em seu governo, R$ 14 bilhões do SUS (o qual, aliás, já havia perdido previamente outros 7,5 bi desde 2017 com a EC-95, emenda do teto dos gastos). Ademais, é impossível manter a população na “normalidade” e “somente” isolar os dezenas de milhões do grupo de risco, ainda mais na típica estrutura familiar brasileira (em que idosos moram, são cuidados por mais jovens e/ou cuidam de crianças). Isso, sem considerar a inevitável sobrecarga do sistema de saúde decorrente da súbita contaminação de centenas de milhões de jovens ao voltarem já à “normalidade” – mesmo que apenas um pequeno percentual desses milhões acabe necessitando de tratamento hospitalar.
Frente a mais esta postura genocida de Bolsonaro e de sua equipe, a Adunifesp soma-se às parcelas cada vez mais majoritárias do povo brasileiro que exigem o fim do governo Bolsonaro-Guedes-Mourão.
– Basta! Fora Bolsonaro!
– Que nenhuma medida contra os trabalhadores ou contra os serviços públicos sejam votadas no Congresso. Neste momento crítico é preciso que o estado faça gastos sociais, revogando a EC 95, emenda do teto dos gastos, garanta renda a todos os desempregados e salários aos empregados sem qualquer cortes, inclusive ao funcionalismo. Quem deve contribuir e pagar pela crise são os banqueiros e bilionários.
Diretoria da Adunifesp