Um dos grandes desafios de uma Comissão da Verdade consiste em transformar seus resultados em ações de reparação ou de esclarecimento das responsabilidades diante de violações dos direitos humanos ocorridos no país durante a Ditadura Civil-Militar e não apenas relembrar, mediante depoimentos, fatos que podem ser até pitorescos, apesar de graves.
Assim, além de promover o resgate da memória e homenagear as vítimas das violações do chamado período de chumbo vivido no país após o golpe de 1964, tais comissões podem e devem identificar dentre os membros da comunidade universitária aqueles que participaram das violações. A pergunta que fica é: qual tem sido o caráter e o escopo da Comissão da Verdade na Unifesp? Seus trabalhos têm a abrangência e, sobretudo, a coragem necessária para trazer à tona tais revelações e os encaminhamentos que demandam e exigem?
Sabemos também que há uma espécie de onda sendo seguida na instauração dessas necessárias comissões, pois, se por um lado parecem preencher uma demanda antiga de ajuste de contas com o passado, por outro correm o risco de resvalar no fisiologismo político que tem minado muito das clássicas boas intenções na luta pelo resgate da memória e dos direitos daqueles que foram perseguidos e vilipendiados pela Ditadura Civil-Militar.
Diretoria da Adunifesp-SSind – Gestão 2013-2015