Caminhada pela punição dos crimes da Ditadura Militar

Adunifesp e dezenas de entidades participam de Caminhada do Silêncio

Todo domingo posterior à data do Golpe Militar de 1964, entidades de direitos humanos, sindicatos e movimentos populares costumar realizar já há seis anos uma passeata silenciosa para exigir a punição dos responsáveis pelos crimes da Ditadura. Neste ano, a data (06 de abril) coincidiu com o ato da extrema-direita na av. Paulista, usada por Bolsonaro para tentar livrar-se da cadeia e obter “anistia”, junto com os demais que participaram da invasão dos edifícios dos três poderes em 8 de janeiro de 2023.

Enquanto golpistas ruminavam asneiras fascistoides, a 6ª Caminhada do Silêncio pelas Vítimas da Ditadura Militar, 10 quadras abaixo, preparava-se para sair em direção ao Monumento às Vítimas da Ditadura no Ibirapuera, concentrando-se, como sempre ocorre, em frente à delegacia da rua Tutóia. Ali funcionavam as sedes das famigeradas Oban e DOI-Codi. Para lá milhares de presos políticos eram levados e torturados por facínoras, como o delegado Fleury ou o coronel Brilhante Ulstra. Por ali passaram de Frei Tito à Dilma Roussef, incluindo docentes da Unifesp – como as professoras Ana Maria Estevão e Eleonora Menicucci. Por ali também ficaram, sem nunca mais saírem vivos após dias de sevícias, o estudante Alexandre Vannucchi Leme, o jornalista Vladmir Herzog, o metalúrgico Manoel Fiel Filho entre outras tantas centenas de presos e sequestrados políticos.

A Adunifesp e docentes associadas(os) estiveram presentes no ato e na passeata. A exigência da punição aos responsáveis, tanto pelos crimes de 1964-1984 quanto os da tentativa de golpe bolsonarista de 2022/23 estava no centro das demandas da Caminhada deste ano, que teve como uma de suas organizadoras a profa. Vera Paiva (Psicol. USP), filha do dep. Rubens Paiva.

Foto destaque: Paulo Pinto/Agência Brasil; Fotos Galeria: Vanessa Vendramini/Adunifesp-Unifesp