A Unifesp é uma só: pública, gratuita, democrática e de excelência

Nos últimos anos as universidades públicas, especialmente as federais, vêm sofrendo com os cortes das verbas que inviabilizam o seu bom funcionamento. Da parte do governo federal, proponente da Emenda Constitucional 95, aquela que congela os investimentos públicos durante 20 anos, o objetivo tem sido fragilizar para justificar a privatização, com a consequente penalização de servidores a ponto de o pedido de aposentadoria e exoneração se tornar interessante individualmente. Paradoxalmente, todos os rankings nacionais e internacionais mostram repetidamente que o ensino e a pesquisa de excelência em nosso país são realizados pelas instituições públicas, dentre as quais a UNIFESP destaca-se como a quarta melhor da América Latina e a primeira universidade federal do Brasil.

A expansão significou 800% de crescimento em pouco mais de uma década, consolidando e reforçando o nível de excelência previamente alcançado pela Escola Paulista de Medicina. Para assim prosseguir, temos ciência de que mecanismos de controle e gestão devem continuar sendo aperfeiçoados nas diversas instâncias de nossa Instituição, a fim de garantir a democracia no trato do orçamento e da coisa pública, mitigando ações que fujam do interesse da sociedade brasileira.

Com a redução das verbas é natural que se busquem saídas por interesses imediatos e até as convivências locais pacíficas se tornam mais tensas, porém os princípios que norteiam a alta qualidade da universidade pública brasileira não podem ser relativizados de modo que receitas salvacionistas redundem exatamente no extermínio das próprias instituições públicas, como se o corte das verbas públicas não tivesse sido uma opção deliberada do MEC e do governo federal.

Nesse momento de grave crise política e econômica o que está em jogo é se as universidades serão um direito do cidadão e um instrumento de soberania nacional ou um mero espaço concentração de riqueza nas mãos de poucos.

Embora alguns almejem fazer parte do grupo dos que se beneficiariam com uma dinâmica em que a solidariedade e o trato democrático na gestão da coisa pública fossem solapados, esse caminho torna inevitável que a universidade mercantilizada acabe sob controle da iniciativa privada com fins de lucro, sem a participação de membros hoje integrantes de sua comunidade.

Portanto, reafirmamos que a Unifesp que estamos construindo é uma única universidade multicampi e a nossa unidade interna é crucial para que continue plural, pública, gratuita e reconhecidamente de altíssima qualidade em ensino, pesquisa, extensão e assistência em múltiplas áreas de conhecimento, conforme programa eleitoral que nos reconduziu à Diretoria da Adunifesp-SSind.

Diretoria da Adunifesp-SSind