A diretoria da Associação dos Docentes da Universidade Federal de São Paulo (Adunifesp-SSind) presta total solidariedade a nosso colega, professor emérito da Unifesp Elisaldo Carlini, que está sendo alvo de mais um ataque judicializante e criminalizante à Universidade Pública e à pesquisa científica no Brasil. O professor foi intimado a depor à polícia de São Paulo nesta quarta-feira (21), sob a inaceitável acusação “de fazer apologia ao crime” devido à sua pesquisa.

Psicofarmacologista, e um dos maiores especialistas em entorpecentes do Brasil, o prof. Carlini, 88 anos, foi condecorado duas vezes pela Presidência da República pelo seu trabalho como pesquisador, citado 12 mil vezes em pesquisas científicas nacionais e internacionais, está no sétimo mandato como membro do Expert Advisory Panel on Drug Dependence an Alcohol Problems, da Organização Mundial da Saúde (OMS), atual diretor do Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas e ex-membro do Conselho Econômico Social das Nações Unidas.

O professor, vale lembrar, é um ativista de longa data defensor da ciência e da universidade pública. Foi diretor e vice-presidente de nosso sindicato, a Adunifesp-SSind.

As ameaças ao professor Carlini estão inseridas numa onda de ataques judicializantes à universidade pública brasileira. Ontem, o MEC entrou com processo para proibir uma disciplina de um professor (Luís Felipe) da UnB por tratar do Golpe de 2016. No ano passado, reitores foram achincalhados publicamente em processos sem provas.

Isso tudo num contexto em que o governo Temer, produto ele mesmo de um golpe cujo objetivo é destruir direitos do povo e dos trabalhadores brasileiros, segue cortando verbas aos serviços públicos e particularmente às Universidades Federais e à pesquisa acadêmica, enquanto deflagra uma intervenção militar pirotécnica no Rio, que nada tem a ver com segurança, mas apenas com aprofundamento do autoritarismo golpista.

É hora de defendermos a democracia e a universidade! Chamamos toda a comunidade acadêmica da Unifesp a solidarizar-se com o professor Carlini e a repudiar a intimação feita pela Justiça.

Adunifesp-SSind