Departamento de Farmacologia completa 40 anos

A Farmacologia comemorou seus 40 anos relembrando sua história e debatendo os principais dilemas da pós-graduação no Brasil. O departamento é um dos mais importantes do país, desenvolvendo algumas das mais relevantes pesquisas na área e formando profissionais para todas as regiões. A professora Soraya Smaili, coordenadora do Programa de Pós em Farmacologia, elogiou a qualidade do seminário e propôs a produção de um histórico detalhado do Programa e a reedição dos livros do Professor Ribeiro do Valle, fundador da EPM, dos Departamentos de Bioquímica e Farmacologia e do Programa de Pós-Graduação. Foi proposta também a realização de trabalho histórico sobre a vida e a obra dele na Unifesp e sua enorme contribuição para a ciência brasileira.

Um dos painéis debateu especificamente os atuais dilemas da pós. O Brasil, apesar de ter dificuldade em absorver seus pós-graduados, tem um número irrisório de mestres e doutores quando comparado a países desenvolvidos e em relação a sua importância social e econômica. Um doutorando relatou ainda a evasão de pesquisadores brasileiros para o exterior, em busca de maiores oportunidades. Um docente continuou a discussão. “Aqui, o doutor e o mestre são formados para a universidade, já nos Estados Unidos, para a indústria e a produção. É por isso que o Brasil tem uma quantidade pequena de patentes”, afirmou.

Vários participantes questionaram o atual excesso de produtivismo acadêmico. “Até que ponto é possível formar com qualidade cientistas, se os critérios de avaliação são baseados em números?”, afirmou um. “Um ótimo projeto de extensão sempre vai ser menos valorizado do que a quantidade de ‘papers’ produzidos”, contestou outro. Além disso, a falta de incentivos aos pós-graduandos também foi criticada, e o valor da bolsa de mestrado – 1100 reais líquidos – virou motivo de risadas quando um participante questionou, “um estudante de pós não pode casar e ter filhos?”.