Moção de repúdio à reorganização escolar na Rede Estadual de São Paulo

A Adunifesp-Ssind repudia a reorganização escolar na Rede Estadual de São Paulo em ciclos únicos, que sob o pretexto de respeitar as especificidades e necessidade de cada faixa etária implementará um amplo fechamento de escolas públicas no Estado, a demissão em massa de servidores estaduais além de alterar significativamente a rotina daqueles que continuarão em exercício, das famílias e dos estudantes, que serão obrigados a mudar de escola e ainda conviver com as salas superlotadas.

Em setembro de 2015 o secretário da educação do Estado de São Paulo Herman Voorwald apoiado pelo governador Geraldo Alckmin anunciou a mudança que será implementada já no início do ano letivo de 2016. Sem qualquer consulta aos maiores envolvidos no cotidiano escolar, professores, funcionários, pais e alunos foram completamente surpreendidos. Desde o anúncio da proposta estudantes, professores e funcionários iniciaram legítimas manifestações destacando os problemas que serão desencadeados pela reorganização e também o desrespeito da secretaria e do governo ao desconsiderar a possibilidade de diálogo e discussão para aprovar tal medida. Confirmando a ausência de diálogo e a truculência do processo, os manifestantes foram recebidos com violência pela polícia militar e pela tropa de choque, que na manifestação do dia 09 de outubro ainda prendeu o professor Luiz Carlos de Melo por “desacato”, leia-se questionamento público de um processo antidemocrático e posicionamento contra a violência policial.

Nesse sentido a Adunifesp-Ssind manifesta sua solidariedade aos servidores estaduais e aos estudantes e reforça o repúdio ao caminho escolhido pelo governo do Estado de São Paulo, de ausência de diálogo, violência e repressão policial.

É importante lembrarmos que no início deste ano de 2015 os professores da Rede Estadual de São Paulo fizeram a maior greve da história da categoria denunciando as precárias condições de trabalho, os baixos salários e a superlotação das salas de aula. A greve foi encerrada em abril sem conseguir qualquer negociação, demonstrando a inflexibilidade e desconsideração do governo estadual com a categoria. Difícil não entender essa medida de corte de gastos, disfarçada como reorganização escolar, como mais um passo dado em direção ao desmonte da  educação básica pública.

Diretoria da Adunifesp-SSind