Moção de Repúdio à política de demissões praticada pela diretoria da Sabesp e pelo Governo do estado de São Paulo

Moção de Repúdio à política de demissões praticada pela diretoria da Sabesp e pelo Governo do estado de São Paulo

A Associação dos Docentes da Universidade Federal de São Paulo (Adunifesp-Ssind) vem a público expressar sua indignação e repúdio à política de demissões praticada pela diretoria da Sabesp e pelo Governo do estado de São Paulo, deixando, desde o começo do ano de 2015, mais de 500 trabalhadores desempregados.

Não resta dúvida de que a crise hídrica, vivida por grande parte da população paulistana, é uma crise política, uma escolha por um modelo de abastecimento permissivo às indústrias da capital, às companhias mineradoras do estado, mas restritivo à população, que coloca lado a lado enquanto serviços essenciais, com abastecimento prioritário e privilegiado, hospitais públicos, grandes centros de compra e estádios de futebol. Uma completa negligência da Sabesp às necessidades de uma população crescente e uma falta de responsabilidade na gestão hídrica do Governo do estado. Ainda mais, como tornou publico o promotor de Justiça e secretário executivo do Grupo de Atuação Especial do Meio Ambiente (Gaema), do Ministério Público do Estado de São Paulo, os planos emergenciais de captação do volume morto dos sistemas de abastecimento ignoram que a qualidade da água traz riscos à saúde pública.
Em 2015, esse modelo aparece reafirmado em outra dimensão: na desigual relação entre capital e trabalho, o Governo e a Sabesp realizam uma série de demissões que, com a justificativa de “corte de gastos” apenas mantêm os lucros empresariais em um período de crise.

Em meio a essa deplorável política, no dia 16 de março, o trabalhador Marzeni Pereira, há 22 dois anos na Sabesp, entrou na lista dos 500 demitidos. Marzeni militou ativamente na organização sindical dos trabalhadores da empresa, uma voz fundamental dos debates e da luta em torno da crise da água no estado de São Paulo, integrante do coletivo “Água Sim! Lucro Não!” a fim de construir a Assembleia Estadual da Água.

A demissão de Marzeni coloca em evidência mais uma lamentável dimensão da política conjunta entre a diretoria da Sabesp e o governo do estado de São Paulo, a intolerância à divergência política, a recusa ao diálogo com trabalhadores da própria companhia e com os movimentos políticos organizados em torno da questão hídrica. A demissão do militante é somente mais um ato de violência que se soma à maior violência, a demissão de outros 500 servidores da empresa.

A Adunifesp-Ssind expressa sua indignação e repudio à política de demissões praticada pela Sabesp e pelo Governo do estado de São Paulo, uma ação desmedida e irresponsável  que ao mesmo tempo pune os trabalhadores, sem sua ocupação e fonte de renda, e a população paulistana, com a diminuição dos serviços em meio ao período de maior necessidade, de crise de abastecimento.

 

Diretoria Adunifesp-SSind