Nota de repúdio da Adunifesp-SSind às declarações de Jairo José da Silva

A Associação dos Docentes da Universidade Federal de São Paulo (Adunifesp-SSind) repudia as declarações feitas por Jairo José da Silva, docente da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp), no último dia 2 de setembro, quando em uma rede social comemorou o fato de uma jovem, estudante da Universidade Federal do ABC, ter sido violentamente ferida pela Polícia Militar do Estado de São Paulo durante manifestação, no dia 30 de agosto, contrária ao impeachment de Dilma Rousseff.
Deborah Fabri, de 19 anos, atingida por estilhaço de bomba, ficou cega do olho esquerdo, o que para o douto seria “uma boa notícia”, tipificando as manifestações políticas, legítimo direito consagrado pela Constituição Federal de 1988, como “esbórnia”.
A afirmação da violência como instrumento da política e a ovação da repressão em sua expressão mais brutal – a da selvageria policial – são inaceitáveis quando vociferadas por servidor público cujo ato de ofício é educar e não incitar ódios, quaisquer que sejam.
Primamos pela diversidade de posições políticas sobretudo na universidade, lugar do respeito ao dissenso, tanto quanto nas ruas onde a intolerância política e a repressão vem se tornando já corriqueiras; mas não podemos nos calar quando aqueles a quem cabe o processo educacional fomentam o ódio e a violência movidas contra a juventude em ato de legítima manifestação.
Repudiamos, com isso, a nefasta lição de ódio dada pelo docente e que, lamentamos, tenha chegado a muitos de seus alunos e seguidores em redes sociais, instrumentos que devem ser utilizados para o combate às intolerâncias, e não o inverso.

Adunifesp-SSind

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